Exposição para «Tocar e Sentir» na Biblioteca da Universidade de Aveiro
Um grupo de alunas do curso de Terapia da Fala da Escola Superior de Saúde da UA (ESSUA), em colaboração com a ACAPO e Civitas-Aveiro, está a organizar uma exposição de pintura táctil e projectada com quadros feitos a pensar nos cegos, da autoria da pintora brasileira Eni D´ Carvalho. A exposição, intitulada «Tocar e Sentir», tem inauguração oficial marcada para hoje, 30 de Novembro, às 18h00, na Sala de Exposições da Biblioteca da UA, podendo ser visitada até 10 de Dezembro.
Todos os quadros terão a explicação em braille e todo o espaço estará preparado para os invisuais, apesar da exposição também ter interesse para os que vêem, a quem, aliás, é sugerido que antes de verem a exposição a percorram de olhos vendados. As telas, produzidas com formas, texturas, óleo ou acrílico, cores, relevos, objectos, permitirão ao público portador de deficiência visual perceber a mensagem pelo tacto/contacto.
A autora das obras Eni Vieira de Carvalho Duarte nasceu em Ubá, no estado de Minas Gerais, no Brasil, em 1950. Inicialmente formada em Administração e Ciências Contábeis e pós-graduada em Administração Hospitalar, só em 1996, dá resposta a estímulos que a fascinam desde criança e passa a dedicar-se à arte. Mas, a partir de 98, a artista questiona-se em termos conceptuais, face a problemática dos deficientes visuais, e focaliza a sua obra numa óptica de resposta às necessidades detectadas nesse contexto.
O carácter inovador dessas preocupações reveladas em projectos como novas percepções nas artes plásticas, a que se aliam outros também de âmbito social, como meninos das favelas revelam talentos, consagraram-na com a atribuição da medalha da solidariedade, em 2001 e medalha maçónica de honra ao mérito no humbral sagrado, em 2002.
Eni D’ Carvalho desenvolve todo um trabalho em que as principais preocupações se prendem com a capacidade de determinados tipos de expectadores, neste caso os deficientes visuais, poderem reagir a estímulos pictóricos e desenvolverem uma consciência plástica. Dadas as características dos potenciais admiradores, a obra da artista desenvolve-se em planos tridimensionais, de modo a explorar os sentidos táctil e sinestésico, em simultâneo com o sentido visual.
Estruturadas a partir de representações do real, a artista recorre a linguagens expressionistas, demarcando cada uma das áreas através de texturas diferenciadas. (QUARESMA, Júlio – Portugal, Lisboa)
A exposição «Tocar e Sentir» poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e as 17h30, na Sala na Sala Hélène de Beauvoir (Biblioteca da UA) estando prevista a realização de visitas em grupo, desde que com marcação prévia pelo tel.: 234 378 132 ou pela extensão interna 22101 (Dra. Lurdes Ventura).
In UA