Since 12.11.2004

terça-feira, setembro 12, 2006

Bebido o Luar


Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.

Sophia de Mello B. Andresen

0 Vox Angeli:

<$BlogCommentAuthor$> said...

<$BlogCommentBody$>

<$BlogCommentDateTime$>

<$BlogCommentDeleteIcon$>

Enviar um comentário

<< Home